FIAR – UMA TÉCNICA
FUNDAMENTAL DE CARTEIO - parte I A técnica de fiar consiste em quebrar a comunicação entre os oponentes para maximizar a chance do contrato ser cumprido. Através de exemplos vamos mostrar a razão de fiar e também quando não fiar. 1)
Quando estamos carteando 3ST e temos 5 cartas no naipe do ataque,
isto é, os oponentes possuem somados 8 cartas, tal como na mão
abaixo, duas hipóteses se destacam: o naipe adversário está 4-4
ou 5-3. Assim sendo, se nossa pega é um Ás terceiro, nossa função
é fiar 2 vezes para quebrar a comunicação se o naipe estiver 5-3. Evidentemente um Declarante (Carteador) que estiver jogando um torneio e esteja desesperado para fazer o máximo de vazas pode correr o risco de fiar uma só vez e tentar a finesse de Espadas. Se acertar ele faz 11 vazas, se errar e as Copas estiverem 6 a 2 ele faz 10 vazas! Para ser um Carteador que arrisca fiar somente duas vezes é aconselhável observar como os oponentes sinalizam as saídas e o retorno ao atacar ST. Se o adversário sai na quarta carta e a saída for a menor carta do naipe então podemos arriscar fiar somente uma vez pois o naipe adversário estará 4 a 4. No entanto devemos perguntar isso ao adversário pois o procedimento deles pode ser outro, sair na terceira maior em naipe quarto e na quinta maior em naipe quinto, sexto, etc. Quando o retorno é feito com carta alta, normalmente indica que o oponente possui 3 cartas, quando o retorno é feito com carta baixa normalmente indica que este oponente tem 4 cartas, ou somente 2 cartas. Vamos supor que
a mão completa fosse: Outro detalhe a ser observado é a psicologia de OESTE caso ele faça a segunda vaza e continue no naipe. Isso se justificaria se ele tivesse uma outra entrada ou quisesse inibir uma finesse contra seu parceiro provocando o carteador a bater por cima um naipe de 8 cartas onde falta a Dama, atitude que se justificaria num torneio de duplas No entanto, num jogo de quadra, OESTE deve mudar de naipe e ser otimista assumindo que seu parceiro pode ter o K10x de Paus acompanhado de K ou A. Ou seja, OESTE, que não tem mão para realizar suas Copas, precisa mudar o ataque para Paus jogando pequeno Paus se tiver honra ou uma grande de Paus se não possuir honra no naipe. 2)
Novamente você está carteando 3ST e recebe saída num naipe em que
tem somente uma pega. No
entanto, muitos experientes jogadores costumam fiar pois partem do
princípio que é muito difícil para o atacante mudar de naipe após
a fiada, mesmo porque ESTE pode ter duas honras terceiras e não
visualizar se Sul tem ou não pega nesse naipe de Copas. Por outro
lado, se as mãos fossem a que se segue, OESTE deve tomar a
iniciativa de mudar de ataque. ESTE faz a Q, SUL fia e ESTE retorna o 7 que se SUL fiar, fica claro para OESTE que o ataque tem que ser mudado, logo OESTE faz a segunda vaza e joga o Rei de Paus e ESTE chama com o 9 de modo que quando OESTE retorna a Q SUL entra de Ás e vai duas abaixo ao passar pelo Ás de Espadas. 3)
Quando se tem duas pegas no naipe adversário, exemplo Axx – Kx, e
se precisa estabelecer dois naipes controlados pelos adversários,
pode-se fiar a primeira vaza na hipótese do naipe estar 6 a 2 ou 5
a 2 se tivermos Axx – Kxx. Vejamos um exemplo: Note que neste carteio tem-se que passar por 2 Áses oponentes e que não se tem problemas em outro naipe lateral, ou seja, não há perigo em fiar a primeira vaza e portanto isso é obrigatório de ser feito para uma eventual quebra de comunicação em Copas. Perceba aqui como isso ocorre. ESTE faz a Q e SUL fia. ESTE continua com o 7 e Sul é obrigada a ganhar a vaza. Agora SUL joga o Ouros até arrancar o Ás de OESTE que perde sua entrada. Se Sul jogar Espadas ESTE faz o Ás mas não tem mais Copas para retornar, pois a fiada quebrou a comunicação. Se o naipe de Copas estiver 5 a 3 SUL pode ganhar o contrato se acertar arrancar primeiro o Ás que está com OESTE ou se ESTE é que tem os dois Áses. Se o naipe estiver dividido 4 a 4 não há problema. Pois só se perderia 2 Copas e dois Áses. 4)
Fiar também se aplica para carteios em naipe, principalmente quando
há perigo de corte em saída de dubleton, que é mais provável que
seca. Por exemplo: Para
encerrar, vejamos uma situação em que fiar nada nos adianta e sim,
ao contrário, é preciso guardar uma carta do naipe adversário
para tentar dar um "Throw-in" final. Concluindo, Fiar é um tema fácil que o bridgista intermediário precisa conhecer e dominar para evoluir para um bridgista avançado!
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