BRIDGE – Excelente
Entretenimento para Terceira Idade
palestra dada no Rotary Club São Paulo
O Bridge é um jogo cartas de baralho, onde 4 jogadores formam duas duplas oponentes. Ele requer um curso introdutório que demora cerca de 8 aulas de 2 horas e depois é preciso praticar em torneio de principiantes, demorando cerca de 1 ano para se ter um melhor domínio do jogo.
O Bridge moderno foi estabelecido praticamente em 1925, a primeira enciclopédia de Bridge é de 1935. Ele é uma evolução do jogo Whist que era jogado na Inglaterra, desde o século XVI. Em 1857 criou-se em Londres o conceito de "jogo duplicado", que objetivou eliminar a sorte de certas duplas terem melhores cartas que outras. Nesse conceito, num torneio de duplas ou numa disputa entre 2 times, todos jogam com as mesmas cartas, de modo que a sorte é suplantada pela habilidade dos jogadores maximizarem suas cartas para fazer mais pontos, dentro das regras do jogo.
Na verdade quem joga Poker e depois passa a jogar e entender de Bridge percebe que Poker é um jogo mais elementar de probabilidades, enquanto que o Bridge é um jogo de probabilidade dinâmica e de apurada lógica envolvendo psicologia e comunicação entre parceiros. Ou seja, um jogo mais complexo, basta dizer, que em 1940, Émile Borel, professor de cálculo e probabilidades da Faculdade de Ciências de Paris escreveu um verdadeiro tratado (300 páginas) sobre a teoria matemática do jogo de Bridge.
O Bridge e o Xadrez moldam comportamentos diferentes. Enquanto que o Xadrez tende a desenvolver a introspecção e a solidão, o Bridge desenvolve a postura ética, a sociabilidade, a tolerância de ver o parceiro fazer uma tremenda burrada e ter que dizer "No Problem Partner".
Mas a paixão pelo Bridge é tal que entre ter um encontro amoroso e ir jogar um desafiante Bridge, muitos aficionados preferem o Bridge!
Por outro lado o Bridge não é jogo só entre homens, isso ocorre mais com o Poker e o Xadrez, no Bridge jogam muitas mulheres, não só inteligentes como também elegantes e bonitas, e existe até os torneios só de duplas mistas.
O Brasil deve ter uns 20 mil bridgistas, porém filiados as Federações Estaduais ou Brasileira há somente uns 2 mil ao todo. Em São Paulo, estima-se uns 7 mil bridgistas com 700 filiados a Federação Paulista de Bridge que tem sua sede atual no Bridge Club Paulistano situado na rua Gabriel Monteiro da Silva, 2013, tel. (0xx11)3085-0888. O diretor e árbitro dos torneios é o Leôncio.
Na Word Bridge Federation (WBF) há cerca de 700 mil filiados. Estima-se, no mundo, cerca de 70 milhões de bridgistas, 30 milhões deles só nos EUA.
Aqui em São Paulo o Bridge torneio é mais jogado no Clube Monte Líbano, nas tardes de quinta (15h ás 18h), sábado e domingo (16h às 19h). No Club Harmonia há torneio nas terças à noite (21h às 24h). Além do Bridge Club, a Hebraica, o Clube de Campo São Paulo e o Golf Club, também oferecem torneiros abertos a não sócios. No Bridge Club há torneio para principiantes às segundas a noite (20h45min às 23h30min), nas terças e sextas a tarde (15h às 18h). Nas quartas à noite (21h às 24h) há o torneio tradicional da Federação Paulista de Bridge.
Mas a nova onda é jogar Bridge na Internet. Na Califórnia o OKBridge tem 16 mil sócios que jogam por computador. Há sempre perto de mil pessoas, dos mais variados países, jogando, e nós podemos ficar em casa, bem a vontade, jogando, assistindo ou conversando pelo teclado.
Para encerrar quero
enfatizar que o Brasil tem brilhado muito no Bridge Internacional:
- em 1976
ganhamos a Olimpíada mundial de equipes em Monte Carlo;
- em 1978 ganhamos o
Olimpíada mundial de duplas em New Orleans;
- em 1989 ganhamos o campeonato
mundial de equipes na Austrália;
- em 1990 ganhamos o Olimpíada mundial de
duplas na Suíça, sendo que o carioca Marcelo Castelo Branco (sexto no ranking
mundial), se tornou lá, o único bi-campeão mundial de duplas, ao jogar de
parceiro com o carioca Gabriel Chagas (quarto no ranking mundial)
- entre
1990-92, o brasileiro Ernesto D’Orsi foi presidente do WBF;
- no ano de 1998,
na França, perdemos na final para a Itália e ficamos vice campeões mundiais, com
uma equipe de 2 cariocas (Marcelo Castelo Branco e Gabriel Chagas), 1 baiano
(Miguel Villas Boas) e 1 paulista (João Paulo Campos), onde participaram 233
times (vide foto deles aqui);
- em 1998, a mesma equipe acima, foi na Suíça
e ganhou empatada com a China o campeonato em que só participam países já
campeões mundiais e que foi um teste para tornar o Bridge um esporte olímpico
de inverno em
2002 ou em 2006;
- em 2000, nas olimpíadas, chegamos até as oitavas de
finais, mas no campeonato mundial chegamos a disputar a final vencida facilmente
pelo fortíssimo time dos EUA, porém ficamos novamente vice campeões
mundiais!
- finalmente, já ganhamos o campeonato Sul Americano, mais de 26
vezes nos 32 últimos anos.
Sem dúvida o Brasil, principalmente os cariocas, tem uma satisfatória "performance" mundial em Bridge, embora haja poucos jogadores, pouca divulgação e poucos livros brasileiros (ou de Portugal) de Bridge.
Concluindo, o Bridge é isso, um
ótimo desafio intelectual para manter nossa Terceira Idade bem desperta e
atuante.
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