CAMPEONATO BRASILEIRO 2003 - 13 a 17 setembro de 2003 - Nova Lima - MG

A Federação Mineira soube escolher um agradável local para o evento que para os que não foram ao local houve ainda a possibilidade de acompanhar pela Internet o final da disputa, no vugraph do Bridge Base Online. Evidentemente isso foi possível graças  ao bom esforço do Beto Barbosa, árbitro da Federação Brasileira de Bridge, ao gerenciar todo esse processo e operá-lo com maestria.

Participaram 17 quadras e o round-robin, cada quadra contra outra ou "bye", teve 17 rodadas:
r1    r2    r3    r4    r5    r6    r7    r8    r9    r10    r11    r12    r13    r14    r15    r16    r17

Coloc

Equipe

Pts

+/- IMPs

1

RAFAEL

317

1,821

2

GABRIEL

316

1,854

3

APOTEKER

307

1,601

4

ALCIO

307

1,597

5

L HENRIQUE

305

2,090

6

PEDRO C B

300

1,784

7

MAURO

289

1,379

8

JAQUELINE

274

1,293

9

MIRO

274

1,244

10

HENRI

274

1,189

11

IRENE

261

1,021

12

ALDERICO

221

0,765

13

VALERIO

212

0,667

14

CHARLOTTE

201

0,650

15

AUREA

182

0,523

16

PIPA

167

0,472

17

A. CELINA

71

0,151

18

0

#DIV/0!


No Feminino a quadra de JAQUELINE se classificou um primeiro lugar dentre as mulheres no round robin e ficou classificada para a final.
As quadras femininas de IRENE e CHARLOTE disputaram a femi-final onde a quadra de IRENE venceu e se classificou também para a final.

Na final do Feminino a quadra de IRENE venceu a quadra de JAQUELINE e se tornou campeã brasileira de 2003.

As campeãs 2003 são:
Irene, Susane, Lucinha, Íris e Cecília
todas elas de São Paulo.

No Aberto Brasileiro 2003, o havia um destaque para a Quadra de Gabriel, diante da experiência evidenciada pelos pontos internacionais acumulados que seus integrantes possuem, e realmente confirmo-se o seu favoritismo.

As quadras RAFAEL, GABRIEL, APOTEKER e ALCIO, ficaram classificadas para a semi-final.
Na semi-final a quadra GABRIEL venceu a quadra ALCIO, enquanto que a quadra RAFAEL venceu a quadra APOTEKER.

Finalmente na final a quadra GABRIEL venceu a quadra RAFAEL.

 

Equipes

C/O

1 A 16

17 A 32

33 A 48

48 A 64

TOTAL

GABRIEL

12

32

29

26

99

ALCIO

46

13

21

80

             

APOTEKER

32

35

36

103

RAFAEL

3,5

44

14

63

124,5

             

IRENE

7

46

58

52

163

CHARLOTTE

47

25

11

83

             

RAFAEL

27

47

19

33

126

GABRIEL

6,7

57

18

42

38

161,7

             

JAQUELINE

16

31

18

24

11

100

IRENE

29

57

45

59

190


A quadra campeã capitaneada por Gabriel, que foi composta por:
Gabriel Chagas (cap.), Miguel Villas Boas, Leda Pain, Diego Brenner e Pablo Ravenna.

A quadra vice-campeã capitaneada por Rafael foi composta por:
Rafael Amoedo (cap.), Cláudio Sampaio, Marcos Toma, Ralf Chalon, Fernando Amaral e Otavio Mirabeau.

Para recordar a disputa final lembramos algumas mãos mais controvertidas:

1) Nessa mão abaixo veremos um leilão duvidoso para chegar a um contrato infeliz coroado por um carteio bem sucedido, mostrando que a sorte estava do lado do time de Gabriel.
Ax
xx              Nessa mão, Gabriel abriu de 1ST e Miguel marcou 2 pedindo rico e depois de 2 de
Q98xx       resposta Miguel marcou 3 perguntando os pobres e Gabriel marcou que tinha os dois
AJ9x          em 3ST.  Miguel, talvez entusiasmado pelo duplo fit, não passou.
                      Seguiu-se uns cue-bids, Gabriel marcando 4 e Miguel marcando 4 e nesse  
                      momento o Abridor de 1ST assumiu o comando do leilão e perguntou os Áses e
Kx              marcou 6 quando um não menos pior contrato poderia ser em 6.
KJx           
AJ10x       A saída foi Espadas e o Rei de Ouros terceiro estava bem colocado, a finesse de Paus estava
K8xx         também bem colocada com Paus 3 a 2. A única jogada que requer uma avaliação da mão era puxar Copas e optar entre passar o K ou o J e o WGM Gabriel Chagas fez a opção correta.
                     
Na outra mesa o contrato foi 3ST mais dois não vul igual a 460 contra 920 do petit stam resultando em 10 imps a favor de Gabriel.

No entanto, olhando friamente a chance de sucesso deste petit slam que falta 1 Ás, podemos estimar que:
- finesse de Ouros 50%;
- Dama de Paus segunda ou terceira bem colocada na finesse: (27,1% segunda + 40,7%)/2
- acertar a jogada de Copas 50%
calculando: 0,5 x 0,34 x 0,5 = 8,5% ??

Considerando que, se o contrato fosse 1 abaixo, o outro lado faria 460 + 50 = 510 pontos, que resulta em 11 imps, podemos concluir que o negócio feito nessa marcação foi de arriscar ganhar 10 imps contra perder 11 com uma chance de sucesso de 8,5%. Portanto uma falha comercial de Miguel Villas Boas, que como World Life Master, merecido título internacional que ele tem, põe em dúvida se ele não deveria ter marcado direto 3ST.

2) Outra bolsa que mostrou essa sorte foi no Grand Slam de 7 que Gabriel declarou feito e mostrou as cartas após a saída. Faltava o Rei de trunfo e a saída foi trunfo.

 

Como se vê pelo leilão na figura, Chagas ao pular em 6 deu a entender que seu naipe de Espadas era fechado, pois não havia nenhuma convenção de honra no dobre de 3 dado por Villas Boas, e não se pode inferir que a barragem feita por Chalom negue o K. Os controles de Ás de Copas e os KQ nos outros naipe impõem que Villas Boas marque 7. A colocação favorável do K, em que pese ter mais lugares vagos na mão de Toma para caber o K, foi uma sorte para o time de Gabriel Chagas, que nesse momento em que o jogo estava quase empatado, ganhou 13 imps, onde poderia ter perdido 17 imps.

3) Nesta outra bolsa que se segue, Brenner e Ravenna marcaram 6, mas quem vê as cartas quer jogar
7 que é um passeio. Porém a dupla Rafael Amoedo e Cláudio Sampaio pararam em 4, num contrato sem nenhuma agressividade, num leilão muito falho a nosso ver.
Amoedo
K10xxx     Sampaio abriu de 1, mão que deve-se abrir de 1 diante da dificuldade que pode
Ax              ocorrer se a voz do respondedor for positiva em Ouros, pois nesse caso não se deve
J10xx        marcar 3, pois indicaria (revér) uma mão de 16 ou + pontos, quando a mão deve ser
Ax              desvalorizada diante da marcação de Ouros do respondedor, que é sua chicana.
                       Sampaio marcou 2 sinalizando mão fraca, porém alguns jogadores marcam até 2
Sampaio       Amoedo abonou 3, sem pular, evitando o "fast arrive" do sistema 2/1 que indica mão
AJxxx       fraca de resposta. Sampaio marcou 3ST que tentava sinalizar pontos em Paus e Copas,
KQx           mas dava também impressão de uma mão 5-3-3-2, de modo que Amoedo marcou           
-                 4 que foi o contrato final resultando em 11 imps para a quadra de Gabriel.
Kxxxx       
A pergunta que se faz é porque Amoedo não marcou inicialmente forte abono de Espadas na voz de 2ST Jacoby e preferiu marcar um naipe de J10xx de Ouros, pois quando temos abono certo devemos marcar onde temos honras encabeçadas por Rei ou Ás e depois abonar. Se 2ST fosse marcado Sampaio poderia ter até feito uma pergunta de Áses excluindo Ouros que é sua chicana na marcação de 5.

O engraçado é que a mão e o leilão parecem como que preparados didaticamente para um contra exemplo de leilão para este tipo especial de bicolor onde um forte abono permite se chegar a um Slam com 25 pontos em cartas altas ou 32 pontos com distribuição, mas que nesse leilão infeliz nem o naipe de quinto de Paus pode ser marcado. Se Sampaio tivesse aberto de 1 e a resposta tivesse sido 1, Sampaio poderia pular em 4 mostrando uma excelente mão de distribuição para jogar "game" e isso certamente moveria Amoedo ao Slam. 

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