DRURY
A convenção Drury, é um legado de Douglas Drury, que cansado de se ver sentado na quarta posição ter que observar o sucesso do terceiro de mão abrir na sua frente com uma mão fraca, enquanto ele em quarta posição tinha uma legítima abertura de naipe rico que iria dificultar a iniciativa de leilão dos oponentes. Assim sendo, ele também passou a adotar essas semi-aberturas em 3a. posição, mas como um modo de proteger sua dupla de jogar um contrato sem perspectivas, Douglas Drury planejou com seu parceiro que a resposta de 2 de passado seria para avisar o Abridor que tinha abono (3o. ou 4o.) e 10-12 pontos. Evidentemente esta resposta precisa ser alertada, pois não é uma voz natural.

A voz artificial de 2 do Respondedor não diz nada sobre o naipe de Paus. Basicamente ela requer um bom abono no naipe de abertura e uma distribuição com valores laterais suficientes para convidar o parceiro a jogar game. Caso isto não ocorrer com a mão do Respondedor ele deve buscar outra voz. 

O Abridor, após a resposta de 2, pode então parar o leilão remarcando seu naipe rico de abertura, mesmo que seja quarto, ou pode então marcar outra coisa numa tentativa de game. 

Exemplos básicos para justificar o uso dessa convenção:
1)  Leilão sem interferência                                       2)  Leilão sem interferência
     NORTE    SUL                                                                     NORTE       SUL
    passo      1                                                                      passo         1
      2                                                                                        2

A mão de Norte poderia ser similar as abaixo:
NORTE 1A         NORTE 1B                                            NORTE 2A      NORTE 2B     
  Q85           J1064                                                 J103             K10
1075          A75                                                     A93              Q864
AK93          AJ93                                                   KJ73             105
Q62            86                                                       Q102            AJ94 

É possível notar que tanto em 1A como em 1B se NORTE abonar em 2, ou 2A e 2B se abonar em 2 ele não estará valorizando corretamente sua mão caso seu parceiro tenho realmente aberto com uma legítima abertura, no entanto se ele abonar o parceiro em nível 3, em (1) com 3 e em (2) com 3, caso SUL tenha aberto fraco (light com 10/11 pontos), NORTE poderá ter supervalorizado sua não (overbid) de modo que o contrato não possa ser cumprido, logo a iniciativa de leilão não compensaria.
Ou seja, é preciso criar um limite de resposta para que a abertura fraca não tenha sido em vão.

Na versão original da convenção Drury a abertura fraca em terceira posição era feita com naipe quinto de Espadas e depois se  modernizou também para aceitar a abertura fraca com naipe quinto em Copas, e em ambos os casos,  a segunda fala do Abridor em 2 indicava que a abertura era fraca. Desta forma o Respondedor abonava no nível 2 finalizando o leilão. No entanto a voz natural de 2 era perdida e com isso não se podia avaliar a vantagem de se possuir um duplo "fit". Isso provocou primeiramente uma alteração na negativa do Abridor, para que a remarcação fosse a voz de fraqueza, e a nova convenção passou a ser denominado de REVERSE DRURY nos anos 80.

Posteriormente, conclui-se que era mais era importante saber se o abono era 3o. ou 4o., do que se existia duplo fit ou não, pois a convenção prevista  para a abertura com naipe quinto passou também a aceitar naipe quarto. Desta forma a proposta de Marty Bergen (Two Way Drury), baseada na Lei das Vazas Totais, era que o Respondedor passado marcasse 2 com abono de 3 cartas e 10-12 pontos e marcasse 2 com abono de 4 cartas e 10-12 pontos.
   abono 3o.                 abono 4o.

	74		74
	AQ9		AQ95
	854		85
	KJ875		KJ875

Para entender melhor o porquê dessa alteração substancial proposta por Bergen e que ficou denominada de Bergen-Drury, veja a mão acima e note que ao se trocar uma Copas, que será o naipe trunfo, por um Ouros, estaremos ganhando uma vaza. Ou seja, um abono quarto diminui o número de perdedoras da mão. Portanto esta informação adicional pode significar a diferença entre estar jogando um parcial ou um game em naipe rico.

Essa convenção pode inclusive se aplicar no caso de uma interferência em naipe rico, pois o parceiro já passado, marcaria 2 para mostrar 10-12 pontos com abono terceiro. No entanto isso também pode ser feito dando-se um cue-bid no naipe do Abridor, preservando-se assim a voz natural de 2 para mostrar um bom naipe de Paus e ausência de 3 cartas de Espadas.  

Um dos inconvenientes da convenção ocorre quando os adversários interferem em 2, tirando portanto a voz que esclarece o abono e os pontos. Nesse caso, a critério da dupla, o Drury pode ser alterado para naipe acima (2) perdendo-se a exatidão do "Two Way Drury" em precisar se o abono é terceiro ou quarto, ou pode deixar de ser válido, tal como é mais comum. 

Outro inconveniente da convenção ocorre quando temos um bom naipe de Paus e não temos apoio ao parceiro. Isso tem sido resolvido marcando-se 2 e depois 3. Porém o Abridor perde suas vozes de salto após a voz de 2 e mesmo se tiver abertura sólida fica obrigado a marcar 2 relay para saber se o parceiro vai abonar ou então remarcar Paus. Logo esta marcação deve ser evitada sacrificando assim a voz natural do naipe de Paus para quem adotar o uso do Drury. Portanto, mesmo com bom naipe pobre sexto o Respondedor deve marcar 1ST.

Com isso as vozes de 3 ou 3 ficam preservadas para um leilão mais ofensivo, de mostrar uma seca (splinter) com abono quarto e 9-10 HCP. Obs. em mãos com apoio 5o. e seca ou apoio 4o. e chicana mesmo diante da remarcação do naipe pelo Abridor deve-se arriscar o game nessas mãos de distribuição favorável. 
   NORTE            SUL
   passo          1/1
   3/3 <= splinter    por exemplo: Q10xx Q10xx x AKxx     => marcar 3
                                                                   Kxxx   Kxxx    AQxxx -   => marcar 3    

Após a voz Drury de 2 - segunda fala do Abridor:
1) 2 <= voz natural, confirma pontos para abertura, mas quer mais detalhes do abono;
2) remarcação do naipe <= nega pontos para abertura, sign-off;
3) marcação do outro rico <= natural forçante
4) 2ST <= 12-14 HCP não forçante com pega nos outros naipes, o Respondedor pode passar, porém se marcar naipe no nível 3 indica uma seca nesse naipe. O abono em 3ST é para cartear. O abono em nível 3 é mínimo e em nível 4 é máximo.
5) marcação de naipe pobre no nível 3 (sem pular) é natural, mostrando outro naipe.
6) marcação em pulo de outro naipe em nível 3 é splinter e mostra uma mão forçante a game e  interesse em Slam.
7) o pulo para seu próprio naipe em nível 3 é forçante a game e mostra interesse em Slam
8) o pulo direto a game mostra mão com força de game, mas é mais fraca que o pulo ao nível 3.
9) o pulo em 3ST mostra 18-19 HCP e pede marcação de cue-bid (Ás) em nível 4.  

Conclusão: sugerimos o uso de Drury na moderna concepção que usa a remarcação para indicar fraqueza e que usa a voz artificial de 2 e de 2 para indicar respectivamente abono 3o. e 4o. sendo que as vozes naturais em naipe pobre do Respondedor ficam sacrificadas e deixam de existir. 
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