Diego Brenner      35a. Olimpíada de Bridge em Paris (2001)
  Zia Mahmood                      
  Gabriel Chagas
  Michael Rosenberg
  (da esquerda para direita)
 




Transferida de Bali na Indonésia para Paris na França, esta
35a. Olimpíada contou com 36 times (18 femininos e 18 masculinos) previamente classificados para jogarem o Bermuda Bowl (misto) e o Venice Coup (feminino).

No site http://www.bridge.gr/tourn/Paris.01/Paris.htm do World Bridge Federation temos todos boletins e resultados armazenados. No masculino venceu os Estados Unidos (USA2) e no feminino venceu a Alemanha.

Embora sejam poucas as informações que distante colhemos lendo os boletins, pois praticamente nada se falou do time brasileiro, pois tanto o feminino como o masculino, não se classificaram e nem deram torcida de que poderiam se classificar. Os homens ficaram num pálido 16o. lugar e as mulheres ficaram em 14o. lugar. dentre 18 times competindo.

A boa notícia é que no aberto ("world transnacional teams" $2500) uma espécie de rebolo para os times não classificados no Bermuda Bowl e Venice Coup ("world interzonal bridge team championships $800") se inscreveram 74 times e foram jogadas 15 rodadas classificatórias e o time EUA/BRA: Eddie Wold. Mike Passel, Michael Seamon, Geoff Hampson, Diego Brenner e Gabriel Chagas, se classificaram em terceiro, venceram a semi final e venceram facilmente a final, de modo que
Diego Brenner e Gabriel Chagas ficaram campeões olímpicos em 2001, algo para o estimado Diego Brenner jamais esquecer o companheiro de dupla Gabriel Chagas, que permitiu sua introdução ao restrito número de Campeões Olímpicos.
 
Na fase de classificação foi feita uma estatística por dupla de quantos IMPs ela ganha ou perde em média por bolsa. Ganhar 1 IMP por bolsa é alto dificílimo, tanto que é as variações foram: 
no masculino +1,032 IMPs por bolsa até -0,767 IMPs por bolsa 
no feminino   +0,966 IMPs por bolsa até -1,166 IMPs por bolsa 

Veja seguir a média das duplas brasileiras:
masculino 53 duplas analisadas
(26o.) Gabriel Chagas e Diego Brenner              jogaram 260 bolsas e tiveram média -0,010
(37o.) Maurício Figueiredo e João Paulo Campos jogaram 180 bolsas e tiveram média -0,169
(46o.) Marcelo Branco e Miguel Villas-Boas        jogaram 180 bolsas e tiveram média -0,482
feminino 55 duplas analisadas
(24o.) Ana Assumpção e Heloisa Nogueira         jogaram 240 bolsas e tiveram média +0,093
(28o.) Lucia Doria e Marina Amaral                  jogaram 240 bolsas e tiveram média +0,015
(51o.) Agota Mandelot e Leda Paim                 jogaram 200 bolsas e tiveram média -0,726


Veja a seguir uma bolsa do feminino brasileiro relatada no boletim da WBF

Bolsa 2. Dador Este. N/S Vul.         Leilões: Brasil x Africa do Sul (feminino)
              Q 9 5 4                          Este       Sul       Oeste   Norte         
              A K 6                            Lucia     Adrain  Marina  Hulett  
              Q 8                               passo     passo  passo   1  
              A J 7 4                           1        dobro   passo   2
K 10 2         N        J 6           passo      4      todos passam
Q 10 4 3  O       E    7
7 2             S        K J 9 5 4        Este      Sul    Oeste    Norte
Q 10 3 2                K 9 8 6 5   Swartz   Leda   Fihrer    Agota
              A 8 7 3                          passo    passo  passo     1ST
              J 9 8 5 2                         2ST         3     dobro   passo
              A 10 6 3                        passo      3     passo     3 
              -                                      3ST      todos  passam

No diferente sistema da dupla da África do Sul, o leilão favoreceu para se chegar ao contrato de 4 e a saída óbvia de Lucia Doria, de seca de Copas, resolveu o problema nesse naipe para a carteadora, que fez o contrato com vaza a mais. No entanto a dupla Agota e Leda foram atrapalhadas pelo overcall de 2ST que mostra um bicolor de naipe pobre (Mike Lawrence, autor do famoso livro OVERCALLSl, afirma com razão que a finalidade do Overcall é também atrapalhar). 
Leda, seguindo a convenção após um bicolor adversário, deu corretamente um cue-bid no naipe mais curto do bicolor adversário (sua chicana).
Agota certamente marcaria 3, mas ocorreu um dobre de interferência e aqui é que surge todo o problema de interpretação, ou a dificuldade das duplas não terem todas as convenções com interferência previamente estudadas, pois Agota passou no dobre, provavelmente querendo dizer que tem naipe de Paus, e depois de 3
  de Leda ela marcou 3 naturalmente assumida como naipe terceiro numa possível distribuição 3-2-3-5. 

O fato é que quando os adversários mostram um bicolor 5-5, ou 6-5, sobram poucas cartas de Espadas nessa mão e portanto se o naipe de trunfo tiver um "fit" de 8 cartas, o resíduo tem mais chance de estar distribuído 4-1. Enfim, na dúvida se era naipe quarto ou terceiro Leda optou, infelizmente, por marcar 3ST, que foi derrubado em 3 vazas e portanto essa bolsa resultou em 14 IMPs contra o Brasil. 

A lição que podemos tirar dessa bolsa é que uma dupla tem que treinar não só as seqüências de leilão, mas também as variações de vozes após uma dada interferência. É preciso de muita imaginação para uma dupla estudar Bridge e também de memória para depois não esquecer o que foi combinado.

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