SELEÇÃO 2002 FINAL TIME DO GABRIEL CONTRA
TIME DO ROBERTINHO
Em
conversa com João Paulo (JP) ele humildemente nos confidenciou que não tinha
boas bolsas para nos narrar e que não havia feito nenhum brilhantismo que seria
digno de ser comentado. No entanto, com esforço, lembrou de duas mãos que têm
algo interessante:
Primeira)
Maurício João
Paulo Leilão
x
Axx
JP Maurício
AQxxx
K98
2
2ST* <= positivo com Copas
Jxxx
A
3
3ST
Jxx
AKQxxx
4
4 <= não tenho
cue-bid
4ST 5
<= 1 Ás
pergunta Dama de trunfo=> 5*
6 <= tenho a
Dama somente
7?
passo
saída J seco, ou seja,
o 107xx não foi finessado e portanto down 1.
A questão relevante da mão é que 7
ganha e portanto surge a pergunta:
- Não seria conveniente marcar 3
para ver se o parceiro tem abono terceiro e portanto considerar o jogo em 7
mais sólido.
A resposta de JP foi que ele preferiu estabelecer fit em Copas e que a
interrogação que ele colocou em 7
é devido ele não ter marcado 7
"en passant" onde Maurício com Jxx poderia ter passado considerando
que não tem o Valete de Copas no naipe.
Na verdade JP foi penalizado por ter sido otimista, embora tivesse medo do
parceiro ter seca de Paus e 3 cartas de Espadas e receber a saída de
Espadas.
Ele entretanto deu muito valor ao seu K98 como cartas altas importantes (fez
até questão de frizar que tinha o 98 junto com o Rei) e acreditou não ser a
solidez do naipe de trunfo o problema capital da mão.
Porém nesse leilão ele jogou nos 67,83% da divisão das Copas 3 a 2 e nos
67,83% da divisão dos Paus 3 a 2, mas a probabilidade de sucesso desses
dois eventos combinados é 0,678 x 0,678 = 0,459 = 46%. Portanto ele estaria
marcando um Grand Slam temeroso, mas os Paus estavam fechados e o sucesso
dependeu somente da divisão das Copas.
Todavia, o Slam em Paus, com o conhecimento da seca de Espadas, teria uma chance
de sucesso perto de 80% (Ouros 6 a 2 é 18%), visto que bastaria cortar
duas Espadas usando os Ouros de comunicação.
Conclusão, o leilão não teve o mérito devido, daí a interrogação em 7
e fica aqui mais um exemplo da responsabilidade em saber marcar um Grand Slam.
No entanto sua pena não foi muito alta, pois do outro lado o contrato terminou
em 4, devido a abertura
ter sido 1 e após os
negativos do respondedor não se cogitou de marcar um Petit Slam sem segurança
na consistência do naipe de Copas (poderia faltar o Ás e até 5
ser difícil de se cumprir) pois é quase certo que a saída seria em Espadas.
Segunda)
Maurício João
Paulo Leilão -
todos VUL
xx
J10x
Diego Maurício Gabriel JP
K10x
AQJx
passo passo passo 1
A9xx
Kx
passo 1
dobro passo
AJ9x
K10xx
1
dobro passo 3ST
passo passo passo
A saída foi de Espadas e Gabriel mostrou AQxx de Espadas e depois de fazer a
quarta vaza de Espadas jogou J
que pode ser interpretado como J108.
JP realizou as 4 vazas de Copas e confirmou que Gabriel tinha realmente os dois
naipes ricos. Diego baldou primeiro uma carta de Ouros e depois uma carta de
Paus.
A dúvida do carteio é saber onde está a Q
e se Diego tem a Q
conforme sugere o ataque de Gabriel, então o dobre vulnerável não pode ser
justificado somente por 6 pontos em Espadas e 4 cartas brancas de Copas. Gabriel
teria nesse caso a Q.
Por outro, estando vulnerável, o dobre melhora com seca de Paus e 4 Ouros de
QJ10x, tal como JP inferiu com exatidão.
O ponto interessante que JP relatou desta mão não foi o seu leilão olímpico
em 3ST, ou o fato de ter achado a Q,
mas sim o simples e preciso leilão feito por Marcelo Branco e Miguel
Villas-Bôas no outro lado, pois jogaram o firme contrato de 4
e fizeram 4+1, ganhando 2 imps na bolsa.
MBranco
Miguel
Leilão - todos VUL
xx
J10x
Mello Branco Janz
Miguel
K10x
AQJx
passo passo passo 1
A9xx
Kx
passo 2
dobro 2
AJ9x
K10xx
passo 3
passo 3
<= não seguro Espadas
passo 4*
passo passo * nem
eu
passo
Realmente, a mão carteada em Copas é disparado o melhor contrato!
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