SQUEEZE – TEXTOS DE
CARTEIO
Parte 1
=> CONCEITOS E NOMENCLATURAS
Squeeze (aperto) é uma
situação que ocorre no jogo de Bridge, quando um jogador fica obrigado a fazer
um descarte que lhe é prejudicial, ou seja, descartar cartas vencedoras ("strip")
para guardar determinado naipe ou ficar sem opção de descarte, pois qualquer
que seja o seu descarte ele estará desguarnecendo determinado naipe e portanto
promovendo uma carta (antes ameaça) de seus oponentes para ser mais alta do
naipe (vencedora).
1. Vocabulário
A10
Observe o diagrama ao lado, onde Sul
carteia um
Q
contrato em naipe de Paus ou em Sem Trunfos.
-
note ao ser jogado o 
7,
OESTE obrigado a descartar
-
sua vencedora de Copas ou a desguarnecer o naipe
K J =====
5 de
Espadas, logo OESTE está squeezado!
K ! O – E !
9
- ! S !
9
-
===== - Desta
forma, SUL, que tinha somente duas vazas certas,
3 consegue com esse
aperto obter mais uma vaza, pois ele pode
4 baldar a perdedora
de NORTE conforme seja o descarte de
- OESTE. Se
OESTE baldar o J, a
Q
é baldada de NORTE,
7 se
OESTE baldar o K é
baldado o
10 de NORTE.
1.1 – CARTA SQUEEZANTE: no
diagrama anterior, o 7 é a carta squeezante, pois
é ela que aplica a pressão
final sobre o oponente Oeste, que controla duas ameaças. Normalmente a carta
squeezante é a última vencedora do naipe longo do carteador.
1.2 – AMEAÇAS (Menaces ou
Threats): são as cartas potenciais vencedoras, que podem ser promovidas a
vencedoras caso o adversário seja forçado a descartar a carta que controla sua
promoção. No diagrama anterior as ameaças são: 10 e
Q.
Nota: normalmente falamos de
ameaça em determinada carta, porém falar de ameaça num naipe é a mesma
coisa, ou seja, em princípio pode haver até 3 ameaças, pois o quarto naipe deve
possuir cartas ganhadoras, denominadas de "vencedoras livres" (obs.
outras ameaças seriam, por exemplo, de guarda contra finesse, porém sempre
defendendo-se contra no máximo 3 naipes).
A condição necessária
para que possa ocorrer um squeeze é que haja dois naipes atuando como ameaças
sobre um mesmo adversário. Normalmente dizemos que um squeeze simples requer
duas ameaças sobre um mesmo oponente; que um squeeze duplo requer três ameaças
(uma para cada oponente e uma terceira para ambos); que um squeeze triplo se
caracteriza pela existência de 3 ameaças contra um mesmo oponente.
1.3 – RETIFICAÇÃO DE
CONTAGEM (TIMING): normalmente no processo de execução de um squeeze temos que
ter "n-1" ganhadoras para se conseguir "n" ganhadoras. Por
exemplo, se queremos fazer 10 vazas, então devemos possuir 9 vazas ganhadoras
para se tentar, através do aperto, conseguir ganhar a décima vaza. No entanto, isso só é
possível se já tivermos cedido as 3 vazas perdedoras que temos, pois o squeeze
só se processa sobre um oponente quando este tem todas as suas cartas ocupadas
("busy") e portanto ele não pode ter cartas sem função ("idle")
de controle ou guarda. Logo, retificar a contagem é fundamental para se
eliminar as supérfluas cartas dos oponentes, senão, após realizarmos
nossas cartas vencedoras, os adversários podem escapar do aperto e o squeeze
falhar.
Nota: existem situações
especiais em que essa retificação não é necessária e nem possível, como
por exemplo nas situações chamadas de squeeze secundário em que após um
aperto nos adversários, obrigando-os a baldar uma ou mais ganhadoras ("strip"),
cedemos uma vaza aos mesmos para, em seguida, promover uma carta nossa, de modo
a ganhar uma vaza. No squeeze
triplo, como veremos depois, a retificação da contagem se estabelece com duas
perdedoras, pois a mão que recebe o aperto está controlando três
naipes e não em dois naipes como ocorre no squeeze simples ou duplo.
1.4 – COMUNICAÇÃO
(ENTRADAS): não basta forçar um adversário a desguarnecer o controle de uma
ameaça ou ainda estar com mão retificada. Como pré-requisito para se aplicar
um squeeze é preciso também haver uma entrada para a mão que possui um
naipe onde uma ameaça pode ser promovida a ganhadora. Isso exige portanto que a
mão oposta a carta squeezante possua necessariamente uma carta vencedora
("top"), além da própria ameaça. No diagrama inicial o
3 é a
entrada, o A é a carta "top" no naipe onde a ameaça
10 se
posiciona.
1.5 – CONDIÇÕES
NECESSÁRIAS PARA O SQUEEZE OCORRER
Em resumo são 4 as
condições a serem observadas para garantir a viabilidade do squeeze
ocorrer, porém essas condições não garantem seu êxito, pois as ameaças
podem não estar dispostas a contento. Por exemplo, podem estar distribuídas
entre os oponentes e portanto o aperto pode não ocorrer (o squeeze muitas vezes
é planejado e tentado, mas as cartas oponentes estão fechadas e portanto as
ameaças podem não estar conforme o plano feito . Segue a lista de cada
condição:
a) o jogador a ser "squeezado"
não pode ter nenhuma opção de descarte, isto é, ele deve possuir somente
cartas ocupadas em guardar ou segurar determinado naipe,
logo, a mão precisa estar retificada ("tight"), isto é, todas as
perdedoras, menos 1, já terem sido cedidas;
b) precisa existir uma carta
"squeezante", isto é, uma carta que ao ser jogada provoque um aperto
num oponente ou em ambos simultaneamente;
c) o jogador que estiver
efetivando o squeeze precisa possuir cartas em tal combinação que o permita
tirar vantagem do descarte do seu oponente, sendo que a comunicação
necessária exige a existência de uma entrada ("entry") na mão
oposta a carta squeezante.
d) é preciso haver pelo
menos duas ameaças, e uma delas necessariamente bem colada em relação a mão
que a controla – veja abaixo quando as ameaças estão bem posicionadas ao se
jogar a carta squeezante 7;
A10 <=ameaça
A10
<=ameaça
A109 <= ameaça
Q <=ameaça
Q <=ameaça
-
-
-
-
-
-
-
K J
==== 5
5 ====
K J
5 ====
K J
K ! N !
9
- ! N !
K
- ! N !
K
-
! S !
9
7
! S !
-
9
! S !
-
-
==== -
4 ==== -
4
==== -
43
9 3
3
-
-
Q <=
ameaça
-
-
-
7
7
7
<=carta squeezante
bem posicionada
mal
posicionada
independe de posição
Obs. O squeeze tanto pode ser
efetuado pelo Carteador como por um atacante, "squeezando" nesse caso
o morto, o Carteador e às vezes até o parceiro!
Para reforçar a importância
do squeeze como recurso de carteio, que diga-se de passagem, surge como
possibilidade de uso, 1 em cada 7 mãos, vejamos este contrato de 7ST onde N-S
tem 12 vazas firmes e não tem outra hipótese de sucesso a não ser num aperto,
ou balda errada, em algum naipe rico quarto, pois tanto a quarta carta de
Espadas, como a quarta carta de Copas são fatalmente perdedoras e a segunda carta de Ouros
nem se fala.
A2
KQ32
54 Observem que
N-S tem 12 vazas (3 de Espadas, 3 de Copas,
AK987 uma
de Ouros e 5 de Paus), porém se o mesmo oponente tiver
xxx =====
J1098 que controlar a guarda
da quarta carta de ambos os naipes, tal
xxx ! N !
J1098 como ocorre com ESTE no
diagrama, as 13 vazas podem ser
KQJ98 ! S !
10xxx feitas, pois ESTE não consiguirá
manter o controle dos dois naipes
xx =====
x após
o Ás de Ouros e as 5 cartas de Paus terem sido realizadas.
KQ43
A4 A
hipótese de sucesso é pequena, mas o importante aqui é
A8 entender
que jogando com as cartas de N-S há uma hipótese
QJ1065 de
sucesso que podemos conceber na
realização de 13 vazas!
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